Friday, August 31, 2007
Luiz Eduardo W. Wanderley - FSM: notas no “livre pensar”
FSM: notas no “livre pensar”
Luiz Eduardo W. Wanderley, 03/09/2007
Pressupostos
Outro Mundo é Possível? Sim! Lembrando que:
- são processos em permanente construção;
- de longa duração – é preciso ter “paciência histórica”;
- processos e práticas inovadores, HOJE, podem /devem ser aperfeiçoados /superados, AMANHÃ;
- “pensar globalmente, agir localmente” – o reverso também é válido; ampliar para “pensar globalmente, regionalmente, nacionalmente, localmente, agir localmente, nacionalmente, regionalmente, globalmente”;
- utopias são sempre necessárias – entendidas como “inédito viável” (P. Freire), “antecipação” (J. Szachi);
- contra os pessimismos negativistas, e os otimismos triunfalistas, lutar pelo realismo utópico (conhecer e diagnosticar, por um lado, as injustiças, desigualdades, dominações, opressões etc.; mas, por outro lado, acreditar e lutar, porque sempre existem alternativas).
Categorias analíticas
1. Assegurar o sentido público nas sociedades em geral, com seus atributos de: universalidade, visibilidade (transparência), controle social, democratização, sustentabilidade, cultura cívica, autonomia.
2. Somar o que ainda é válido nas teorias clássicas, integrando-as com as concepções de cosmogonia, complexidade, cuidado, caos, auto-organização, trasdisciplinaridade, teorias dissipativas etc.
3. Defender a diferença, a diversidade, o pluriculturalismo, e romper com a desigualdade. Eliminar a aculturação e fortalecer a inculturação.
4. Buscar o diálogo constante entre povos – a categoria “fronteira” (Sousa Santos) pode ser útil.
5. Romper as divisões centro/periferia, ricos/pobres, desenvolvidos/subdesenvolvidos, norte/sul.
6. Superar as divisões /antinomias entre as ciências exatas e as ciências humanas.
7. Rever as concepções tradicionais de Estado-Nação (soberania, terrítório, identidade nacional, cidadania etc.), face ao mundo multipolar.
8. Avançar na construção de uma Sociedade Civil global/cosmopolista.
9. Potencializar as parcerias entre Estado e Sociedade Civil (conselhos, orçamento participativo, audiências públicas, conferências etc.).
10. Enriquecer a noção de classes sociais, com as de etnia, gênero etc.
11. Ampliar a conceituação de democracia, em suas dimensões: político-institucional, econômica, social, e como modo de vida.
12. Ressignificar a noção de desenvolvimento sustentável.
13. Criação de sistemas originais de notação de sentido, capazes de explorar as novas possibilidades de tratamento automático a serviço da inteligência coletiva em tempo real (P. Lévy).
14. Explicitar o significado de “globalização contra-hegemônica”.
Procedimentos
A. Uma língua mundial? Contra o “tudo em inglês” (B. Cassen). Voltar à idéia do “esperanto”? Em continentes, como o latino-americano, propor que: no Brasil, a segunda língua deve ser o espanhol; nos demais países, a segundo língua deve ser o português; nos países de maioria indígena, sua fala deve ser assegurada.
B. Possibilidade de uma rede/cadeia/agência mundial de notícias, rádio, televisão, jornal. Nesse sentido, a nova experiência do Le Monde Diplomatique – Brasil é relevante.
C. Ter uma universidade, ou uma rede de universidades, de âmbito nacional-regional-mundial (Univ. da UE, do Mercosul etc.). Estimular as parcerias (co-tutelas, dupla diplomação etc.) entre IES de distintos países.
D. Fortalecer as redes e fóruns internacionais.
E. Avaliar as políticas de agências de financiamento de ONGs e movimentos sociais.
F. Analisar as vantagens/desvantagens dos Bancos com créditos para os setores de baixa renda (por ex. Banco do Sul).
G. Potencializar e avaliar as experiências de “ economia solidária”.
H. Continuar estimulando a “descentralização” do FSM. Como garantir um mínimo comum de diretrizes convergentes?
I. Continuar avançando nas propostas de uma taxa sobre as transações financeiras mundiais/nacionais, ou propostas similares, que possibilitem a criação de fundos para os países pobres (catástrofes, pobreza etc.).
J. Cada Coordenação nacional do FSM, e a internacional, devem estimular a criação de Comissões de Estudos sobre os pontos assinalados; e Comissões de Avaliação (como as já existentes), com o objetivo de difundir o máximo possível o que for pensado e realizado.
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